E a felicidade? Tá nos planos?

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Dia desses uma moça me perguntou o que fazer pra ter certeza que estava fazendo as escolhas certas. Como saber que as decisões que tomou eram as melhores possíveis?

Respondi com uma pergunta: Será que é possível ter essa certeza?

Veja bem, nenhuma versão nossa do futuro vai vir nos visitar dando spoilers da nossa velhice. Não receberemos pistas lá da frente nos mostrando os nossos possíveis destinos se continuarmos ou sairmos do emprego, se tivermos ou não filhos, se finalmente dissermos “eu te amo”.

A gente precisa aprender a conviver com a dúvida, a chamar o medo pra conversar. A gente precisa aprender a ser(ficar) feliz mesmo com questionamentos, mesmo com medo, mesmo com vários “e se’s” pipocando na cabeça.

Esses dias minha terapeuta e eu concluímos que a felicidade geralmente não está nos meus planos. Veja bem, sempre me considerei otimista, a do copo cheio. Lembro de um amigo que me dizia que as vezes eu era irritantemente feliz. Como assim a felicidade não está no meus planos?

É, pois é. Quero ter certeza, quero rastrear o perímetro e encontrar as possíveis ciladas pra me precaver. Quero tanto a certeza que vivo criando possíveis cenários e possíveis saídas para possíveis problemas. Quando a felicidade acontece, ela não estava nos planos. Os planos foram traçados pra não ser pega de surpresa pelo perrengue.

Quanta energia você gasta querendo prever o futuro, criando soluções pra problemas que não existem, se perdendo no “e se?”

Aprendi que curtir os bons momentos é um exercício que preciso treinar, porque a minha mente não para. Ela me chama pro futuro, eu respiro, agradeço o convite, mas me esforço pra ficar por aqui. No cheiro da comida no forno, no beijo de carinho, no cachorro esquentando meu pé. Não tô dizendo que não devemos planejar o futuro, só te convido a não deixar de viver enquanto planeja. Sim, pensar em soluções para possíveis problemas é importante, mas não todo o tempo.

Hoje, quando a mente começa a trabalhar incessantemente pra me livrar das dores que talvez nunca venham, respiro e me pergunto:

E a felicidade? Tá nos planos?