A nossa intenção é apenas uma parte da comunicação. O nosso melhor é só uma parte de algo maior e complexo.
Sim, as vezes o nosso melhor não é suficiente pro outro. As vezes o melhor que o outro pode fazer ainda nos fere, machuca, magoa. E aí? Da pra ficar apegado e apegada apenas às nossas intenções?
“Mas eu não quis te magoar!”
“Mas eu achei que era o que você precisava!”
“Mas foi o melhor que pude!”
Frases que dizemos e escutamos com a intenção de convencer quem escuta de que a dor que sente é menos importante que a intenção de quem diz.
Não podemos prometer que jamais vamos errar.
Que teremos gestos impecáveis e que nunca magoaremos o outro, até porque, por vezes, o que o outro deseja fere o que importa pra nós.
Mas precisamos assumir que há mais sentimentos envolvidos em cada história.
A relação é uma dança complexa, por vezes difícil demais. Uma dança que pede escuta atenta: da música, de como o outro a sente, de como nós a sentimos.
Pra que possamos aprender a reparar o que fugiu das nossas intenções.
Pra que possamos comunicar, com honestidade, o nosso sentir.
“Sim, eu acredito que não foi a sua intenção. E mesmo assim doeu, porque o que chegou em mim não foi o que você quis fazer/dizer.”
Se achássemos que as pessoas que amamos nos machucam e ferem premeditadamente, como vilões de filme, provavelmente não estaríamos convivendo com elas. Até acreditamos nas boas intenções, mas o que vem depois?
E você, tem disposição pra entender as repercussões que vão além da suas intenções?