Criança chorando:
“Não tem uma conta pra pagar, só faz estudar, tá chorando porque?”
“Quer um motivo de verdade pra chorar?”
“Não precisa chorar!”
Adulto saudável chorando:
“Não chora, pelo menos você tem saúde.”
“Podia ser pior, pensa se você estivesse doente?”
Adulto doente chorando:
“Não chora e se lamenta não que é pior.”
“Tenha fé, não chore.”
“Chorar não adianta nada, não pode se entregar assim.”
Amores, só pra saber, vocês acham que pode chorar quando? Em algum momento a pessoa pode chorar? Acolher a própria dor? Assumir que as coisas não estão como gostaria que estivessem?
Será que um dia o choro pode ser liberado e finalmente entendido como algo normal, que faz parte da vida, tipo comer, fazer xixi, beber água, dormir?
Quando a gente vai aprender que quando alguém chora, bastam um abraço e um “sinto muito!”. Se eu estiver triste, por favor, não me silencie. Basta falar: “Putz, que bosta que isso aconteceu, Elis, sinto muito.”
Vai ser mais útil que todas as frases que citei acima juntas. Somos uma sociedade adoecida emocional e fisicamente e desconfio que “choro preso” é a raiz de muitos dos nossos males. O CHORO É LIVRE. Interioriza isso e para de julgar o choro alheio e o seu próprio choro.
Da próxima vez que seu choro vier, apenas o aceite como justo e necessário, ele tem coisas importantes pra te contar.
Por favor, nunca mais repita pra si que seu choro é ridículo, idiota ou sem motivo. E aí, antes que perceba, cê já não vai mais silenciar o choro alheio. Chora sempre que der vontade. A sua capacidade de ter empatia aumenta. E a sua saúde agradece.